Novos filmes Senhor dos Anéis, uma Franquia para todos governar?
Não é segredo para ninguém que uma boa Franquia é desejada por todas as produtoras e empresas, seja da indústria cinematográfica, nos quadrinhos ou, como acontece hoje em dia, dos grandes aglomerados de mídia.
Senhor dos Anéis é a obra principal de Tolkien e ganhou uma adaptação dividida em três filmes que abocanharam um total de 17 Oscars, não é um prêmio pequeno e com uma quantidade dessas, com certeza muita gente ficou de olho em tudo isso.
Ainda assim, mais de 20 anos depois desse sucesso, a Amazon resolveu retomar o universo de Terramédia, mas explorando outras épocas desse mesmo mundo, produzindo uma das séries mais caras já feitas com uma recepção excelente mas uma opinião final bem diversa.
Mas falando em época, nossa época traz a certeza da busca pela próxima grande franquia, especialmente depois do grande sucesso que foi o universo cinematográfico Marvel, uma empreitada como jamais se viu no ramo com resultados que ainda estão sendo estudados.
Essas grandes empresas se esforçam há pelo menos 20 anos em busca de uma próxima grande franquia, tivemos a época de Harry Potter, tivemos a tentativa de Eragon ou mesmo Percy Jackson, até mesmo Avatar (da Nickelodeon) foi uma grande tentativa, seguida de um grande fracasso.
Uma franquia torna tudo mais fácil do ponto de vista mercadológico, é simples criar linhas de produtos, licenciar o que for possível e colher os ovos da galinha dos ovos de ouro até que ela finalmente seque e uma nova seja colocada em seu lugar.
A Warner Bros não é nenhuma novata nisso e está de olho especialmente depois de todo hype que foi gerado em torno de “Anéis de Poder”, a série da Amazon.
Com isso, surge a oportunidade de explorar uma franquia que possui tantos pontos e histórias a serem explorados, que é até curioso que tenha demorado tanto tempo.
Ou será que não?
O Espólio de Tolkien
A obra de Tolkien possui uma importância enorme na Europa, mais especificamente na Inglaterra onde ela é estudada na escola regularmente, mas mais impactante que sua importância são os problemas do legado de Tolkien, em especial como ele tem sido tratado desde que a trilogia Senhor dos Anéis alcançou os resultados há duas décadas.
Os direitos sobre a obra de Tolkien são assunto para um artigo à parte, mas basta resumir que nenhuma empresa possui todos os direitos a esse universo, algo parecido com o caso da Marvel, Fox e Sony, mas um pouco mais complicado.
Dessa forma, é compreensível que meio à ganância dessas empresas, nenhuma queira dar um passo e acabar investindo em um universo que poderá ser explorado por outras empresas que não tiveram a necessidade de fazer tal investimento.
Mas isso parece que se quebrou com a Amazon, mesmo não tendo os direitos a boa parte da obra de Tolkien, isso não impediu que a gigante do entretenimento fizesse a série dos anéis de poder, e isso atraiu a atenção de outras empresas tão grandes quanto.
Uma dessas empresas é justamente a Warner Bros, que junto à New Line, que desenvolveu a trilogia original, pretendem produzir novos filmes dentro da Terramédia, mantendo a essência da Trilogia de Peter Jackson, mas explorando outras histórias desse mundo, em outras épocas.
Detalhes sobre os direitos adquiridos não foram informados, nem mesmo quais são as histórias que farão parte dessa nova leva, mas certamente o que não falta é material para que até mesmo histórias pequenas sejam produzidas, principalmente se valendo da estética já estabelecida.
Estética essa que foi respeitada pela Amazon e parece mostrar algumas mudanças interessantes no cenário dessas empresas, com ao invés de existir uma competição sobre quem explora uma franquia primeiro, surgir um revezamento sobre quem explora cada vez e por quanto tempo.
Novos Filmes de Senhor dos Anéis: esperança dos fãs
Muitos fãs ainda estão esperançosos por ver adaptações de conteúdo do Silmarillion ou mesmo do Livros e Contos Inacabados, mas lembram que eu disse que os direitos dessas obras são complicados? Pois então, esses direitos ainda pertencem aos descendentes de Tolkien.
É dito que o próprio Tolkien vendeu os direitos de sua obra por um preço muito pequeno na época, desde então os descendentes têm constantes brigas legais em busca de reaver esses direitos, em especial depois da trilogia de Peter Jackson ter alcançado a marca dos 3 bilhões mundialmente.
Com tantas cifras astronômicas em questão, com um legado extremamente farto e possível de ser explorado em diversas frentes e mídias, é compreensível que essas batalhas possuem mais lados que um d20.
O mais curioso é que mesmo tendo tantas empresas envolvidas, tantas direções e objetivos financeiros diferentes, ainda assim a estética produzida pelos três filmes de Senhor dos Anéis é um norte que parece ser seguido mesmo por empresas diferentes.
Não sabemos se isso é resultado dos acordos assinados, mas certamente é um grande benefício para o público consumidor, que pode buscar por algo similar, sem ter de se limitar ao que foi produzido por apenas uma empresa.
Embora possa parecer algo secundário, é justamente nessa questão estética que mora uma familiaridade que pode permitir que várias empresas explorem as obras de Tolkien com um bom prospecto de sucesso, pois o fã dos filmes de Senhor dos Anéis, ou mesmo dos filmes do Hobbit, encontrará familiaridade nessas obras.
Franquia Coletiva?
Criar paralelos com o universo cinematográfico Marvel é inevitável, pois o mesmo tipo de problema surgiu eventualmente com Homem Aranha, X-Men entre outros títulos que acabaram fazer com que essas gigantes da mídia tenham feito acordos entre si para justamente poderem explorar os benefícios desse esforço conjunto.
Não estou falando de uma criação coletiva, ou da exploração sadia dos recursos, qualquer uma dessas empresas que pudesse abocanhar a totalidade dos direitos o faria sem pensar duas vezes, a mina de ouro em potencial que toda obra de Tolkien representa é algo cresce aos olhos.
De minha parte, fico no aguardo da nova temporada de Anéis de Poder, feliz em saber que novas traduções têm sido lançadas em Português e que aparentemente ainda teremos muita Terramédia para explorar pelas próximas décadas.
Texto escrito por Arddhu
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