Cristais do Planalto: Fantasia nacional

Cristais do Planalto é o volume 1 da trilogia Latitude 15, que se inicia na pirâmide mais famosa e misteriosa de Brasília.

A história se desenvolve a partir de um ritual milenar que termina com dois assassinatos: esse é o ponto de partida dessa história recheadas de símbolos arcaicos e modernos, com bastante suspense e esoterismo.

Tudo isso associa a arquitetura e os monumentos da moderna e mística capital do Brasil com seu passado antigo, sombrio, desconhecido da maioria dos brasileiros. Um prato cheio para uma boa história, não é mesmo?

Livros sobre mitologia egípcia

Tudo começa com um acontecimento que parece obra do acaso, quando dois jovens testemunham um acontecimento estranho e inesperado na pirâmide mais famosa da capital.

A partir desse momento, suas vidas normais irão passar por reviravoltas que por vezes parecem impossíveis, mas que os conectam cada vez mais fundo às origens egípcias da construção do Distrito Federal.

Sim, você não leu errado: o autor mostra as surpreendentes semelhanças da moderna Brasília com uma antiga capital egípcia, Akhetaton, e do ex-presidente Juscelino Kubitschek, seu construtor, com o faraó que edificou a original, conhecido como Akhenaton ou Aquenáton.

Semelhanças Brasília Egito

Veja as semelhanças que o autor cita entre Brasília no Brasil e Akhetaton no Egito, cujas ruínas hoje ficam no sítio de Amarna, às margens do rio Nilo:

• Edificação em torno de quatro anos e a morte do construtor dezesseis anos depois: são fatos comuns à Brasília no Brasil e à Akhetaton no Egito, capitais construídas no centro de suas nações com o mesmo gabarito de pássaro, com asas sobre um corpo longilíneo e a cabeça virada ao nascente tal qual a Grande Esfinge de Gizé. Ambas foram setorizadas e projetadas com avenidas largas, por entre jardins, sob um horizonte absoluto.

• Os limites da cidade sagrada de Akhetaton eram dados por estelas, marcos de pedra. O atual Distrito Federal foi balizado de forma semelhante durante a Missão Cruls, responsável por estabelecer o sítio da nova capital do Brasil.

• Juscelino Kubitschek esteve no Egito em 1930. Na ocasião visitou Tell el-Amarna, local das ruínas de Akhetaton, de onde governaram o faraó Akhenaton – o idealizador da cidade – e sua esposa Nefertiti.

• Na mesma viagem, JK passou pela Grécia e em seguida pela Itália, terras onde fulgurou o notável Pitágoras.

• A inauguração de Brasília ocorreu em 21 de abril, data da morte de Tiradentes e da estimada fundação de Roma, sede do império que abarcou os espólios egípcio e grego.

• O Memorial JK, museu onde repousam os restos mortais do ex-presidente, é lembrança derradeira dos notáveis mausoléus egípcios em formato trapezoide (mastabas).

Em suas memórias, continuou no texto, o próprio JK questionou-se “…se essa admiração por Akhenaton… não constituiu a chama… que acendeu e alimentou meu ideal… de construir, no Planalto Central, Brasília”.

A história transporta o leitor pelo berço das culturas egípcia e grega e seus mistérios fascinantes, detalhando a semelhança entre ambas as capitais.

Detalhe: o autor Ax Colt esteve pessoalmente no Egito para capturar cada detalhe da trama. Brasília, a única cidade construída no século XX que foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade, conta muito mais do que sua breve história registra, segundo o escritor.

Livros sobre Egito Antigo

Em vários pontos do enredo, é impossível separara a fantasia da realidade, o mundo dos sonhos do mundo real, o mundo dos mortos do mundo manifestado que vivemos.

Deuses egípcios

Veja alguns dos deuses egípcios que são citados na trama:

• Osíris: o grande Faraó do mito mais conhecido do Egito, de cor de pele esverdeada, rei do Mundo dos Mortos, detentor de poderes sobrenaturais, que já o fizeram associado a alienígenas de um passado remoto;

• Seth: a contraparte sombria de Osíris;

• Ísis: esposa e salvadora de Osíris, deusa com corpo de pássaro, quando da conspiração que o vitimou;

• Hórus: deus com cabeça de falcão, filho do grande Osíris, que no mito reconquistou o trono perdido pelo pai, popularmente identificado pelo amuleto que toma seu nome emprestado: o mágico Olho de Hórus;

• Anúbis: deus com cabeça de chacal (cão), o psicopompo, o guardião dos segredos (do caminho) para o Mundo dos Mortos;

• Maat: deusa com uma pena na cabeça, representação da Justiça Divina, que será fundamental no julgamento dos mortos segundo o Livro Egípcio dos Mortos, também detalhado na trama;

• Sekhmet: deusa com cabeça de leoa, a terrível executora da Justiça Divina;

• Thot: o deus do conhecimento, associado aos segredos mais bem guardados da História, associado na Grécia com os conhecimentos “hermeticamente guardados” de Hermes Trimegisto;

• E vários outros.

Livro sobre esoterismo

Veja como o enredo desta história mística e esotérica é apresentado na orelho do próprio livro:

Livros sobre história do Egito 

“Egito, lar da civilização mais fascinante e misteriosa da Terra. Sua cultura legou ao mundo monumentos e referências – pirâmides, hieróglifos, ciência, um sem-fim de preciosas obras de arte – e uma magia ocultista.

Da capital deste mundo antigo, Tebas, o poder irradiou por séculos. Até que uma nebulosa profecia, cumprida por um enigmático faraó, transferiu a capital para o centro do país.

O poder migrou então para a cidade de Akhetaton, ou como ficou conhecida no século XX: Brasília.”

A saga do personagem principal, Cléber Jardim, é não apenas descobrir os mistérios que relacionam sua vida pessoal à história, incluindo um romance com a enigmática e magnética Marina, mas acima de tudo é uma jornada de evolução e autoconhecimento, que termina de forma surpreendente.

Antes, porém, Cléber deverá fazer uma escolha. Algo que mudará não apenas os rumos de sua própria vida, mas de todos que (de maneira insuspeita) dependem dela.

Livros de suspense e romance 

Este livro de suspense é ao mesmo tempo um romance, um livro que fala de espíritos, de sonhos, e mira o público que busca entender as “coisas do Planalto Central”, como cantou Renato Russo.

É ainda um page turner, segundo Sandra Espilotro, ex-diretora da Globo Livros e da Nova Fronteira, que é a editora da obra: uma página puxa a outra com bastante tensão, tudo recheado pela investigação policial que busca desvendar os supostos assassinatos. Eu disse supostos?

Livros para quem gosta de Harry Potter 

Se você gostou dos livros da saga Harry Potter, o volume 1 da trilogia Latitude 15, publicado por Adriano Machado, escritor brasileiro que assina com o pseudônimo de Ax Colt (anagrama que fez com seus sobrenomes), é para você.

Lançado em dezembro de 2022, Cristais do Planalto tem mesmo um texto e enredo surpreendentes com cara de série da Netflix. É esperar para ver.

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